Minimalismo: onde menos é paz

Pensamos muito se escreveríamos este artigo com base nos princípios que regem o minimalismo, mas não rolou. Então o Unboxing de hoje traz esse tema do jeito de sempre: com muita informação.

Ou seja, contrariando sua abordagem que valoriza o menos, além do simples e da essência. Mas, claro, mantemos outro critério desta filosofia que é por intencionalidade nas coisas.

Simplificar e não acumular são uma das máximas deste estilo, tudo com a finalidade de abrir espaço e proporcionar uma maior sensação de contentamento e clareza.

Em uma analogia pessoal: é como uma faxina no guarda-roupa, sendo que de maneira honesta e constante. Honesta porque eu me desfaço do que não cabe mais em mim já que eu não visto mais 36. E constante porque dali em diante estarei sempre refletindo sobre o é que realmente útil manter nos cabides, nas gavetas e na vida.

(Sonho grande. Vamos ao texto!)

Minimalismo
Fonte: Canva

O que é minimalismo?

O minimalismo é um estilo de vida, uma filosofia e um movimento artístico que se concentra na simplificação e redução ao essencial. Para a vida, envolve a eliminação do excesso de posses materiais, buscando viver com menos coisas e valorizando o que é de fato importante.

Trata-se de uma abordagem intencional para viver com menos estresse, desordem e distrações, a fim de alcançar maior clareza, liberdade e satisfação.

Ele também é aplicado em outras áreas, como moda, arquitetura, design de interiores, arte e música. A ideia é criar obras ou ambientes que sejam despojados de elementos desnecessários, transmitindo uma sensação de calma, ordem e elegância.

De onde surgiu essa ideia?

O minimalismo como um movimento artístico teve suas origens no final da década de 1950 e início da década de 1960, principalmente nos Estados Unidos. Foi uma reação contra o expressionismo abstrato e o expressionismo gestual que dominavam a cena artística da época.

Um dos seus primeiros marcos foi a exposição “16 Americans” no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1959. No entanto, o termo “minimalismo” só se popularizou em 1965, com a exposição “Primary Structures: Younger American and British Sculptors”, ocorrida no Museu Judaico de NY.

Os artistas desta exposição exploravam a simplicidade das formas geométricas básicas, materiais industriais e a relação entre a obra de arte e o espaço circundante. Com obras desprovidas de qualquer conteúdo subjetivo ou simbólico, enfatizando a objetividade e a materialidade da arte.

Arte minimalista

A arte minimalista é um movimento artístico que teve impacto significativo na história da arte contemporânea.

Ela busca simplificar a forma e reduzir a obra de arte aos elementos essenciais, evitando a expressão subjetiva e emocional do artista. Caracteriza-se pelo uso de formas geométricas básicas, linhas limpas, cores neutras ou monocromáticas e materiais industriais. A ênfase recai sobre a precisão da execução, a ordem estrutural e a relação da obra com o espaço.

Uma das ideias centrais é a de que a arte não precisa representar ou simbolizar algo externo, mas pode existir por si mesma, como um objeto físico ou uma experiência sensorial. A simplicidade e a ausência de elementos decorativos ou narrativos nas obras minimalistas convidam o espectador a se concentrar na forma, no espaço e nas propriedades materiais da obra.

A proposta minimalista na arte desafiou as convenções tradicionais e influenciou outras correntes artísticas subsequentes, como a land art, o conceitualismo e o design minimalista. Ela segue sendo uma referência importante para artistas contemporâneos e continua a ser explorada e reinterpretada ao longo do tempo.

Quais são os elementos do minimalismo?

Reunimos aqui alguns dos seus elementos característicos:

  • Simplicidade: A simplicidade é o princípio fundamental do minimalismo. Os elementos são reduzidos ao essencial, eliminando tudo o que é desnecessário ou supérfluo. A simplicidade se reflete tanto na forma como na função das coisas.
  • Linhas limpas: Linhas retas, limpas e geométricas. As formas são simplificadas e despojadas de ornamentação, resultando em uma estética nítida e elegante.
  • Cores neutras: Os minimalistas muitas vezes utilizam uma paleta de cores neutras, como branco, preto, cinza e tons terrosos. Essas cores ajudam a criar um ambiente calmo, sereno e atemporal.
  • Espaço negativo: O espaço negativo, também conhecido como espaço vazio ou branco, desempenha um papel importante neste estilo de vida. Trata-se do uso intencional de espaços vazios ou áreas não preenchidas para criar equilíbrio, destaque e uma sensação de calma.
  • Materiais de qualidade: Materiais de alta qualidade e duráveis são muito utilizados. Madeira, metal, vidro e concreto são comuns nas criações minimalistas.
  • Funcionalidade: A funcionalidade é essencial. Os objetos e espaços são projetados para cumprir sua função de maneira eficiente e prática, sem excessos ou elementos desnecessários.
  • Organização e arrumação: Organização e a arrumação são prioridades, além da eliminação da desordem e do excesso de posses. Cada elemento tem seu lugar e propósito, resultando em espaços limpos, organizados e livres de distrações.
  • Foco no essencial: Concentra-se no essencial, eliminando o supérfluo. Isso se aplica tanto à seleção de objetos e móveis como ao estilo de vida, enfatizando o que é realmente importante e valioso.

Serve pra tudo?

Embora seja possível aplicá-lo em várias áreas da vida, é importante lembrar que o minimalismo não é uma abordagem “tudo ou nada”. Cada pessoa tem diferentes necessidades, preferências e circunstâncias.

É comum começar aplicando-o em áreas como o estilo de vida, reduzindo a desordem, eliminando pertences desnecessários e simplificando a rotina diária. Isso pode envolver a prática de viver com menos coisas, fazer compras conscientes, priorizar experiências significativas e valorizar o tempo e a atenção. Há ainda uma perspectiva recente da aplicação desta filosofia nas relações interpessoais, chamada de Minimalismo Social.

No entanto, nem todos os aspectos da vida podem ser simplificados da mesma maneira. (E há até quem nem queira simplificar nada).

Portanto, é possível aplicá-lo em muitas áreas, mas é importante adaptá-lo de acordo com suas próprias prioridades e encontrar um equilíbrio que funcione para você.

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